Fernando - Contos e Desencantos Parte V



Hoje, sexta-feira, já faz algum tempo que tive o prazer de estar presente com aquela bela mulher, ontem, enfim, tive a impetulância, atrevimento e também, sim, encorajamento de convidá-la para um passeio hoje, não naquela praça “maldita”, que um maldito motorista teve a infelicidade de... Malditos fatos! OH NÃO! Nessa praça jamais! Duas perdas em minha inútil vida seriam de mais pra mim, talvez, o cúmulo!
- Oi, já estás pronta? Vim buscá-la! - disse eu tentando disfarçar a euforia na qual meu coração se encontrava... “Como bobo sou, como bobo estou!” - Esta frase me persegue!
- Estou pronta sim querido! - É assim que ela me chama agora, em tão pouco tempo! Sou o querido dela, que desilusão a minha, deve ela chamar assim qualquer rapaz que cruze a sua vida...
- Não, só chamo você de querido, tão meigo e sincero... Encanta-me!
Sorri timidamente envergonhado, já estávamos a tomar um chocolate quente, manhã fria esta! Nada melhor que um chocolate quente e uma boa companhia, não teve, não tem, e não irá ter nada melhor do que isso, maravilhosamente maravilhoso!
- Você está tão corado, o que houve? Vexei-te?
- Não, não mesmo, sou bobo por natureza, e romântico por instinto!

- Seu instinto mandá-lhe ser romântico agora? – disse ela num olhar tão encantadoramente esverdeado que me ofuscou por minutos! Que lindos olhos!

Segurei firmemente suas mãos, o calor das minhas era lentamente quebrado pela frieza das dela! Senti-a recolher suas mãos num ar de vergonha, ou de mau gosto, talvez achaste abuso da minha parte, já que nos conhecemos faz tão pouco!
- Desculpe-me, foi o tal do instinto! Desculpe...

- Não, não precisar se desculpar Nando, não mesmo!

Ela não me chamou de querido desta vez, mas sim de Nando, como todos teimam em me chamar desde criança, verdade, nunca gostei desse apelido, mas, cresci, vivi, sofri e morrerei com esse infortúnio, Nando!
- Obrigado Marina por sua sinceridade e compaixão por meus atos intolerantes!
- Não gosto quando fala dessa forma tão humilhante para si! Tão homem, me parece às vezes tão jovem, com idéias pequenas!

Deixei-a em sua casa, depois de um longo beijo no rosto e de um rápido abraço ao por do sol, confesso, mil vezes confesso, ela mexeu comigo... OH Deus! Será que apaixonado estou? Tenho medo, muito medo, do que se foi e do que estar por vir! Vou tratar-me de desocupar todos os relógios para não poder ver o tempo passar... Boa idéia!
Posted on 14:39 by Raphael and filed under | 1 Comments »

1 comentários:

Cristiano Contreiras disse... @ 4 de outubro de 2009 às 21:08

Sensatez poética, harmonia e muita intensidade - este é seu blog, meu caro! te sigo, bem de perto! PARABÉNS.

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