Fernando - Contos e Desencantos Parte IX


TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIMMM
- Alô! Dandan!?
Não creio! Será? Mas... Tanto tempo... A única pessoa em toda face da terra, até em outros planetas talvez, que me chama de “Dandan”, é o atrapalhado do...
- Guga! Guga? É você mesmo seu irresponsável sem noção?!
- Falou o “santo anjo do Senhor”, só porque engravidei uma garota aos 16 anos, sou a praga humana? Sai fora!
- Antes fosse só isso! Você a engravida, não assume o bebê e muda de estado em seguida, nem ao menos se despede de seu velho e bom amigo aqui!
- Desculpa Dandan, o pai dela queria matar-me descontroladamente! Mas deixemos o passado em seu devido lugar, fale-me de você! Saudades cara, que bom que não se mudou e nem de telefone trocou!
- Guga, eu passei por tantos sufocos, ainda passo, enfim, desatinos de minha vida!
- Diga-me uma novidade! Sufoco você passa desde quando nasceu! Tolo!
- Engraçadinho, mas como você mesmo disse: “deixemos o passado em seu devido lugar!”
- Está amando suponho!
- Estou sim! Agora lhe posso dizer que estou, sim, muito!
- OH! O bom e velho romântico babão! Realmente tolo! Diga-me o nome dela Dandan!
- Fala sério, amar é tão bom, você que é um tolo, mas... É uma doçura de mulher, cabelos negros e lindos, pele macia, pois agora sei da maciez, olhar excitante, meu Deus, que mulher!
- Cara você está apaixonado! Seu bobão, torço fielmente por vocês! Amigo vou dá uma caminhada por esta noite de luar penetrante! Lindo luar, deveria fazer o mesmo, recomendo! Se cuida e cuidado com essas mulheres em sua vida, elas não cansam de te ferir! Adeus, quando menos esperar apareço por aí, adeus!
- Adeus Guga! Se cuida em dobro, você precisa mais do que eu! Estarei ansiosamente a te esperar, adeus!
Que surpresa esta ligação, Oh sim! Surpresa maior ainda é o que estar por vir! Será que aguento? O tempo encaminhará um destino ao certo... Peço que não me aprece, nem aprece os fatos, os fatos se apreçam por si próprios!
Triste conclusão...
Pois irei fazer o que Guga me indicou, sentir o luar na pele me parece muito atraente agora, mas não irei sozinho... Sabes que não!
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Fernando - Contos e Desencantos Parte VIII


*Toc Toc Toc

Quase cai escada a baixo por tentar desesperadamente abrir a porta na esperança de ser aquela que me deixou por insensatez do destino...
- Marina?

- Oi Nando, eu te devo explicações...
Num gesto totalmente involuntário, já estava eu a abraçá-la, um abraço quente, longo e confortável, pediria que o mundo acabasse naquele instante se possível, possível não era!
As flores não puderam por vontade da razão e da sanidade trazer a Duda, mas por pena de mim, trouxeram a Marina!
- Entre, entre, tome um café, chá, suco, o que queres comer, beber, algo a fazer?

Vi brotar de seus lábios um sorriso tão singelo e meigo, mas me soou bem preocupado e triste, pois realmente ela estava...

- Sente-se, diga-me, por que foi embora tão de repente? Magoei-te? Por que chorou? Vexei-te?

Entupi ela de perguntas, mesmo parecendo um gesto feio e mal educado, não podia eu deixar minha curiosidade atiçada e as tais perguntas a continuar a vagar...
- Sou casada Nando... Não estou divorciada, mas estou separada dele... Separada por um muro de grandes pedras e ferros de grandes portes... Que é o que ele merece...


Como eu fico depois de ouvir isto? Apenas peço piedade da minha alma desgastada! Por Deus, por que não tenho sorte com amores que em minha vida entram! Por que de tão imediato já tens de sair? Diga Senhor Deus que escuta todos os fracos, pecadores, necessitados e inesperançosos como eu! Não mereço eu a sua piedade? [...]

- Nando? Estás bem?
- Você disse muro? Ferros? O que isso quer dizer? Por que não pede o divorcio logo?
- Ele está preso Nando, numa cadeia... Ele é perigoso, mau caráter, deve ficar longe dele Nando, longe!
Ela me quebrou pelo meio, pois chorava mais do que eu no túmulo da Duda, era um choro profundo, dolorido, sufocante e desesperado... Marina! Acho que um abraço não era o bastante, mas abracei-a, triste fiquei, por ela ser casada e por estar sofrendo tanto, dividi com ela a dor, foi necessário...

- Nando, nós não podemos ficar juntos ou cultivar um amor que parece surgir como uma luz no final de um longo túnel, meu marido vai ser solto em breve, parece ter tido bom comportamento lá dentro, grande falsário isso sim ele é, está doido para por as mãos em mim novamente, maltratar-me, trazer de volta a negra e triste vida que há tempos não sabia mais o que era...

- Não, eu não vou deixar-te, vou proteger-te dele, ele que se atreva a tocar um só dedo em você, sairei de mim, não me responsabilizarei por meus atos, não mesmo! Porque meu sentimento por você se tornou ouro maciço, e comigo, não temas nada, nada Marina, nada!
Dei-lhe um beijo no rosto de despedida, um outro abraço, mais demorado que o primeiro, despediu-se, e se foi! Se foi com um olhar triste e sofrido, estava com medo de algo de ruim acontecer comigo, mas medo da morte eu não tenho, ela que deveria ter medo de mim!

Deveria sim!
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Fernando - Contos e Desencantos Parte VII



Perguntas ficaram a vagar!
Hoje, quinta-feira, dia chuvoso, me fez lembrar a morte da Duda, minha ex-namorada, pois a sombra da recordação, sufocou-me de imediato, mais um mês se passou, a Marina sumiu, parece ter viajado, não me deu satisfações, simplesmente, sumiu!

A chuva, as perguntas a vagar, Marina a desaparecer do meu subconsciente desiludido e a sombra que não teme em me deixar, fizeram me lembrar da morte, da perda e do vazio!
Flores! Trouxe flores para aquela que não me deixou por vontade própria, mas por obrigação do maldito destino!
Flores! Ao lado de outras e mais outras que inundavam o túmulo daquela que deveria estar aquecendo impiedosamente meu coração de amores e desamores, Duda!

Flores! Digo agora com o rosto alagado por aquelas que brotam em meus olhos, com toda agonia atravessam meu rosto marcado de dor, para enfim morrer em meus lábios... Lágrimas!
Flores! Muitas flores... Duda! Eu te amava tanto, não podia ter o atrevimento em fazer isto comigo! Não comigo!
MALDITO destino! Deixe-me aqui a chorar, berrar, gritar... Vá embora, me deixe! Deixe o sofrimento consolar-me, maltratar-me, humilhar-me, deixe-o que ele sabe o que faz, ande, vá! [...]
Flores... Bem que poderiam trazê-la de volta... Pois não vão!

Posted on 21:09 by Raphael and filed under | 2 Comments »

Fernando - Contos e Desencantos Parte VI



Verdade seja dita, os relógios de minha casa não pararam! E enfim, dois longos e pacientes meses se passaram, dois meses de encontros e nada mais, não por timidez ou cautela da minha parte!
Acho-me muito atrevido até, não safado! Não tenha idéias intoleradas sobre mim, uma coisa sou eu gostar de beijar a pessoa amada, fato que irão de concordar comigo, outra, acolá, muito diferente é...
- Admira-me seu silêncio! Parece estar tão longe, filosofando?
Poxa! Ela novamente falando com aquela voz meiga, sorriso largo e olhar excitante! Que foi? Não posso excitar-me? Quanto atrevimento de vossa parte, pois excitado estou!
- Estou aqui, Marina, não filosofando, talvez não, acho me incapaz de algo tão sublime!

-Bobo! Você é incansavelmente bobo!

Viro-me num compasso rápido, à sua frente, levo minha mão, quase arrastada até seu rosto...
- Bobo vou ser, se isto não fizer!
Como num filme, novela sabe se lá, minha boca, desta vez, parece flutuar em direção aos lábios dela, sem nada a temer, vou, meu coração parece sair pela boca, pois não saia, para beijá-la preciso vivo estar, pulsa num ritmo forte, intenso, fervente, involuntariamente...
- Acelerado!
Olha-me com olhar de espanto, sim, a Marina! Burro sou em falar algo sem ao menos beijá-la, por Deus, não a beijei, como burro sou, como burro estou!
- Nando, eu não posso!

- Por que não Marina, Nós dois temos a vida resolvida e livre, mais livre do que algo mais!
- Você não há de entender, eu...
Não terminou a frase, curioso agora estou, se foi, estás a chorar, correr, se lamentar... Por que o choro? Magoei-a tanto por lhe querer um beijo? E agora? Por que essa sombra de dúvida e agonia me persegue?
Perguntas a vagar...
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Fernando - Contos e Desencantos Parte V



Hoje, sexta-feira, já faz algum tempo que tive o prazer de estar presente com aquela bela mulher, ontem, enfim, tive a impetulância, atrevimento e também, sim, encorajamento de convidá-la para um passeio hoje, não naquela praça “maldita”, que um maldito motorista teve a infelicidade de... Malditos fatos! OH NÃO! Nessa praça jamais! Duas perdas em minha inútil vida seriam de mais pra mim, talvez, o cúmulo!
- Oi, já estás pronta? Vim buscá-la! - disse eu tentando disfarçar a euforia na qual meu coração se encontrava... “Como bobo sou, como bobo estou!” - Esta frase me persegue!
- Estou pronta sim querido! - É assim que ela me chama agora, em tão pouco tempo! Sou o querido dela, que desilusão a minha, deve ela chamar assim qualquer rapaz que cruze a sua vida...
- Não, só chamo você de querido, tão meigo e sincero... Encanta-me!
Sorri timidamente envergonhado, já estávamos a tomar um chocolate quente, manhã fria esta! Nada melhor que um chocolate quente e uma boa companhia, não teve, não tem, e não irá ter nada melhor do que isso, maravilhosamente maravilhoso!
- Você está tão corado, o que houve? Vexei-te?
- Não, não mesmo, sou bobo por natureza, e romântico por instinto!

- Seu instinto mandá-lhe ser romântico agora? – disse ela num olhar tão encantadoramente esverdeado que me ofuscou por minutos! Que lindos olhos!

Segurei firmemente suas mãos, o calor das minhas era lentamente quebrado pela frieza das dela! Senti-a recolher suas mãos num ar de vergonha, ou de mau gosto, talvez achaste abuso da minha parte, já que nos conhecemos faz tão pouco!
- Desculpe-me, foi o tal do instinto! Desculpe...

- Não, não precisar se desculpar Nando, não mesmo!

Ela não me chamou de querido desta vez, mas sim de Nando, como todos teimam em me chamar desde criança, verdade, nunca gostei desse apelido, mas, cresci, vivi, sofri e morrerei com esse infortúnio, Nando!
- Obrigado Marina por sua sinceridade e compaixão por meus atos intolerantes!
- Não gosto quando fala dessa forma tão humilhante para si! Tão homem, me parece às vezes tão jovem, com idéias pequenas!

Deixei-a em sua casa, depois de um longo beijo no rosto e de um rápido abraço ao por do sol, confesso, mil vezes confesso, ela mexeu comigo... OH Deus! Será que apaixonado estou? Tenho medo, muito medo, do que se foi e do que estar por vir! Vou tratar-me de desocupar todos os relógios para não poder ver o tempo passar... Boa idéia!
Posted on 14:39 by Raphael and filed under | 1 Comments »

Fernando - Contos e Desencantos Parte IV


Invadindo minha casa o sol, clareando, não minha alma, esta sim está escura, vazia, escura, escura e vazia! Muito mais escura do que vazia!

A fome já me deixou, tempos não sei o que é comer, não sei o que é ao menos viver, por que vivo então? por que o sofrimento me persegue?
Minha vida se foi, partiu sem se despedir, chorar não adianta mais, onde está meu chão, meu ar, meu teto, ilusão que me faz viver...
Toc Toc Toc *
O que há de ser numa manhã escurecida da minha vida que não é mais vida a uma hora dessas?!
Abrir a porta vou, me arrastando, mas vou, que há de ser? Mais um vendedor de imóveis, desgraça de chatos que são...
"Oi senhor, bom dia!"
- foi o que eu ouvi após abrir a porta, numa voz singela, sincera, a minha espera!
Era uma moça, não tão moça, nem tão senhora, linda era sim, cabelos negros, não tão negros, bonitos, negros sim!
Alta, talvez baixa por conta do tal tamanco que fazia dela uma "grande mulher", corada, bonita, bonita e corada...
Pele? Ainda não sei da maciez, mas macia parece ser, bonita, OH! Isso ela era sim, o que deveria estar fazendo ali na minha porta, agora...
"Senhor você está bem? Parece tanto me olhar e distante tanto parece estar!"
Ela percebeu, me disse num tom de ironia, talvez, não me pareceu, mas eu realmente estava viajando naquela mulher, bonita, muito!
- Desculpe, o que queres comigo tão cedo numa manhã de segunda? - disse eu ainda triste, num soar de luto!
Ela disse ser nova na vizinhança, queria saber se eram boas as amizades, boas confesso que não eram, mas queria mantê-la perto de mim, menti!
Talvez porque gostei dela, me encantei, me sufoquei no seu olhar... Que estou a dizer? Morta em minhas mãos esteve minha amada faz tão pouco...
Não tão pouco, já fazem cinco meses, e daí? Digo sem censura, que por ela viveria a vida inteira, e um pouco mais, em luto incondicional...
Mas não nego que dessa moça gostei, não me apaixonei, não! Mas diria ao menos que fascínio ela me fez ter! Bonita era, bonita é!
Lá se vai, se foi, comprou a casa em frente a minha, que ótimo! Ótimo? Sim, ao abrir minha porta toda manhã, poderei admirá-la em seu jardim, a regar as murchas, brancas e pálidas flores!
Posted on 21:23 by Raphael and filed under | 0 Comments »

Fernando - Contos e Desencantos Parte III


É um carro, que dor estou a sentir, nem movimentos tenho, quero salvá-la! Salvem ela por mim! Pois perdi os sentidos...
Deixou-a caída no chão e foi... Sim! Atropela minha amada, esfaqueia meu coração, e se vai... Se foi! Ela está caída no chão... Morta?
Diga que não estás! Diga, diga, diga... "Ela entrou em óbito, lamento”. Por que fiquei para ouvir isto do médico? Por quê? Maldito médico...
Não pudeste mentir ao menos? "Desgraça" sim eu disse isto, por pura desilusão ou sabe Deus... Não sabe! Só eu sei...
Chorando vou, não sobre o túmulo dela, sobre a chuva, debaixo dela! Perdão, estou desorientado, por completo, nem sei se chorando estou...
Seria isto gotas da chuva? Se um pedido pudesse fazer, pediria que toda essa chuva levasse minha alma, sem dor, já basta a dor de perdê-la!
Perdi, minha alma metade, se foi! Maldito motorista, maldito médico, maldito último beijo... Tchau querida, descanse...
Amo-te, volte, ou me leve, não me deixe a sofrer, me leve, volte, escolha, não demore... Não demore... Não...

Posted on 14:26 by Raphael and filed under | 2 Comments »

Fernando - Contos e Desencantos Parte II


Basta, sei que basta, estar com você! esse sol, folhas no chão, primavera, seu rosto parasse cada vez mais encantador, sei, encantado estou! A praça nos convida, enamorados aqui estamos, seu beijo, seu perfume, seu beijo, seu carinho, seu beijo, OH! seu beijo...
Sortudo sou, tenho você, o que mais posso querer? Um outro beijo estaria de bom tamanho, não, o infinito de beijos seria suplicamente... Suficiente!

Lá vai ela atravessando a rua, para um lanche comprar, digo então: “Querida não demores, quero um outro beijo te dar”.

- como bobo sou, como bobo estou!

Nem tão pouco ela pisa na calçada, vejo o escuro tornar-me escuridão, vejo nada além daquilo, que por Deus, não quero ver...
Posted on 11:13 by Raphael and filed under | 2 Comments »

Fernando - Contos e Desencantos Parte I


Estou aqui, sim, vejas que sou eu, espere, se afaste, meu impuro sonho, triste pesadelo, quer te dominar, vá, quero você sempre puro amor!
Porque voltaste? a saudade me alimentava e só! Bastava, agora você aqui, a saudade se vai, sobra me apenas o começo, seu olhar no meu...
Implorando-me para te beijar, não posso, não vês? Você tem o seu tal namorado, e tenho minha alma metade, pena! Tanto em vão foi...
Porque agora estou a te beijar, flutuar, tais quantos nomes irão usar, não tem jeito, você é minha, tal que seu irônico namorado...
Áh de não gostar, dane-se ele e minha "alma metade", que por ser metade, encontre outra parte para completá-la, tenho você...
Me basta! Simplesmente basta! Enlouquecidamente e outros e outros e outro basta!
Posted on 01:22 by Raphael and filed under | 0 Comments »

Introdução


A partir daqui, vou começar a escrever um conto
que se passa em algum tempo não muito longe nem muito perto,
de um homem, senhor, jovem talvez, que tem uma paixão platônica por
uma mulher que é compromissada...
Altos e baixos passam por esse novo romance, que passa de
trágico a revelador! De revelador a surpreendente!
Só lendo pra saber, boa leitura!

Autor: Raphael Nascimento Silveira
Estilo: Conto-Novela
Posted on 00:46 by Raphael and filed under | 3 Comments »